segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O maravilhoso ronron

Até há pouco tempo pensava-se que os gatos ronronavam apenas para expressar felicidade. Estudos recentes mostram que o gato ronrona também quando está doente ou quando se sente ansioso. Pensa-se que a razão por detrás desta estranha condição é a de que para o gato, ronronar é uma espécie de terapia que ajuda a fortalecer ossos e a facilitar a respiração. Com base nestes dados, estuda-se já a aplicação de vibrações baixas em humanos.
O que é?

Ronronar não é exclusivo dos gatos domésticos. Todas os felinos são capazes de ronronar, incluindo os grandes gatos, como a chita, o leão, o tigre e o leopardo, embora até pouco tempo se pensasse que apenas os pequenos felinos fossem capazes de ronronar.Apesar de não ser raro conseguir ouvir um gato a ronronar, parece ser difícil conseguir estudar este fenómeno. Isto porque assim que um cientista se propõe a iniciar o estudo, o gato interrompe o ronronar. Existem contudo três teorias mais divulgadas que pretendem explicar os mecanismos por detrás do “roooonnnn”:
Para além da laringe, de onde os gatos soltam todos os outros sons, estes animais possuem pregas vestibulares, também chamadas de falsas cordas vocais. Esta teoria defende que ao respirar, o gato faz vibrar estas pregas produzindo o ronronar. Esta teoria tem vindo a perder adeptos.
Uma segunda Escola de pensamento defende que o gato contrai os músculos da laringe, aumentando a pressão e criando as vibrações responsáveis pelo ronronar. Esta teoria é sustentada por testes electromagnéticos que indicam que os músculos dos gatos estão a vibrar enquanto o gato ronrona.
A mais recente teoria, que tem vindo a ganhar força, defende que o ronronar não está ligado à passagem de ar, mas sim ao fluxo sanguíneo. A vibração terá assim origem na veia cava. A contracção dos músculos junto à veia, perto do diafragma, origina uma alteração do fluxo sanguíneo provocando oscilações. Estas oscilações viajam pelos brônquios e pela traqueia, onde são amplificadas. Uma das bases de sustentação desta teoria é a existência de gatos com danos na traqueia e nas cordas vocais que o tornam incapaz de produzir sons, mas que são capazes de ronronar. Esta mesma teoria defende que quando o gato apresenta as costas arqueadas, a velocidade do fluxo sanguíneo é maximizada e o volume do som é mais alto.
O que significa?

O primeiro som que a mãe transmite aos filhos é um ronronar. As gatas ronronam a dar à luz, pensa-se que para transmitir aos filhos uma sensação de segurança. O curioso é que a audição dos gatos recém-nascidos é muito pobre, o que parece indicar que a vibração produzida ao ronronar é mais importante para as crias do que o próprio som.Os gatos ronronam quando são acariciados, o que indica que o fazem quando estão contentes. Mas não são raros os casos de gatos domésticos que ronronam quando se encontram com algum problema de saúde e mesmo quando estão com dores.Foi esta descoberta que levou que a que os cientistas se voltassem a interessar pelo ronronar dos gatos mais recentemente.
Terapia do Som

O ronronar dos felinos varia entre 20 a 150 Hertz, embora a média dos gatos doméstico seja entre 25 e 50 Hz. Estudos no campo de animais associam a exposição a vibrações graves ao aumento da densidade óssea. Daí venha talvez a expressão de que o gato tem nove vidas, devido à sua capacidade de curar mais facilmente do que os outros animais, os ossos partidos, tendões, danificados, problemas musculares, etc.Mas o ronronar parece não estar apenas relacionado com os músculos e ossos. É famoso o caso de um gato que não conseguia respirar ao ponto de os veterinários estarem a ponderar a eutanásia. Mas para espanto dos profissionais, assim que o gato começou a ronronar, as vias respiratórias abriram-se e gato conseguiu respirar normalmente.
Aplicação em humanos

Parece que não subsistem dúvidas quando à influência positiva do gato na saúde dos humanos. Acariciar um gato reduz o stress e diminui a tensão arterial. Com estas novas descobertas acerca do ronronar dos gatos, alguns especialistas vão ainda mais longe e afirmam que o ronronar dos gatos não só ajuda a reduzir o stress e fortalece o sistema imunitário como também alivia a dor, sobretudo as dores de barriga e de cabeça. Tudo por causa das vibrações e sons graves que produz.Os gatos já são usados em terapias com humanos, da mesma foram que muitos outros animais, como golfinhos, cavalos e cães. Este uso nunca foi contudo uma terapia para curar problemas físicos como dores localizadas. Mas agora já sabe, quando tiver uma dor de barriga, coloque o gato no colo e faça-o ronronar. Quando tiver uma dor de cabeça, deite-o junto à sua cabeça e acaricio-o. Quem sabe se no futuro, os médicos não começarão a receitar a aquisição de uma gato como terapia para pernas partidas e dores de cabeça?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Solidão do Gato


Não é a curiosidade que pode matar o gato, mas sim a solidão. Ao contrário do que se costuma pensar, os gatos também sofrem de ansiedade de separação. A depressão causada pela solidão pode ser a raiz de vários problemas de saúde. Os gatos como caçadores e presas passam a vida alerta, fugindo e predando. Os gatos domésticos confinados ao espaço interior muitas vezes não têm actividades para fazer. Embora o gato durma em média 16 horas por dia, faltam ainda 8 horas que deviam ser preenchidas com bastante actividade: defesa do território, exploração, brincadeiras, etc.
Sinais de solidão

- Os sinais de ansiedade de separação ou aborrecimento num gato são comuns a outras doenças, mas sempre indicativas de que algo se passa de errado com o animal.
- Apegar-se à roupa do dono enquanto está sozinho e marcá-la com as suas necessidades;
- Obsessão pela higiene, lavando compulsivamente a pelagem e arrancando alguns pêlos;
- Miar em demasia para pedir atenção;
- Mostrar-se agressivo, sobretudo quando está na hora de se ausentar;
- Comer em excesso;
- Adoptar atitudes destrutivas quando não está em casa, derrubando objectos ou arranhando mobiliário. Se o gato não tiver problemas de saúde ou se não tiver havido mudanças dramáticas na rotina da casa, a solidão pode ser o factor desencadeador destas atitudes.
Perigos
A solidão, a ansiedade de separação e o aborrecimento são problemas que podem ser tratados a curto prazo sem prejuízo para o animal. Contudo, se forem prolongadas no tempo podem dar origem a uma depressão que em última análise pode ser responsável pela morte do gato. Os animais que se encontram num estado depressivo têm o sistema imunitário menos activo e por isso são mais vulneráveis às doenças. Para além disso, estes animais perdem a força de viver e chegam mesmo a morrer de solidão.
Afastar a solidão
Apesar de ansiedade de separação ou o aborrecimento serem uma das principais causas de abandono de gatos saudáveis, não são situações sem resolução.
Outro gato
Muitos donos pensam que se um gato destrói sofás, arranha o dono e mia alto, então dois gatos são o dobro do trabalho. Se pretende adoptar um gato, adopte antes dois, caso saiba que vai estar muitas horas fora de casa. Se já tiver um gato, certifique-se de que ele aceita bem a nova companhia, uma vez que nem todos os felinos aceitam um novo gato em casa. Estudos recentes conduzidos nos Estados Unidos da América, tais como o CAT-PANION, indicam que os gatos que sofrem de solidão beneficiam da companhia de outro gato em casa. Este estudo que se baseou em entrevistas a veterinários foi contudo realizado por uma empresa que vende produtos para gatos
Acesso a janelas
Os gatos são animais observadores e conseguem-se entreter observando pássaros, mas também outras pessoas e animais.
Um aquário
Os aquários com peixes são uma fonte de entretenimento para o gato. Certifique-se contudo de que a tampa superior não consegue ser aberta pelo gato e que o aquário está num sítio em que não pode ser derrubado.
Companhia Electrónica
Deixar o rádio ligado dá ao gato a sensação de companhia. Filmes de vida selvagem são outra opção. Os animais são atraídos por programas com outros animais. Para manter o gato ocupado, deixe o vídeo ligado com um filme sobre a vida selvagem.
Brinquedos
Para gatos activos, são talvez a melhor solução. Existem rolos de papel ou caixas de cartão que têm um período de vida curto, mas são muito bem recebidas pelo gato. Uma boa ideia é pegar numa caixa de cartão um pouco maior do que o gato, enche-la com jornal velho amarrotado e colocar algumas guloseimas próprias para gatos dentro da caixa. Um saco de papel sem pegas é também um bom divertimento. Os brinquedos próprios para gatos encontram-se no mercado a preços acessíveis e são mais resistentes. É importante ter alguns que permitam roer e desgastar as unhas.
Mobiliário
Existe uma vasta gama de mobiliário para gatos, que lhes permite trepar, esconder, etc. São boas alternativas ao mobiliário da casa e permitem que o gato se exercite. Sobretudo os postes verticais com vários patamares, uma vez que para os gatos, o espaço horizontal é tão importante como o vertical.
Minimize o confinamento
Reduza o tempo que passa fora de casa e permita ao gato andar pela maior parte da casa. Reserve todos os dias algum tempo para brincar com o gato, de preferência sempre à mesma hora, pois os gatos gostam da rotina.