quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Gato Persa; Uma Bola de Pêlo




ORIGEM
A primeira exposição felina realizada no Crystal Palace de Londres transformou-se num acontecimento mundial e atraiu muitas pessoas. Todos acorriam para ver o que era conhecido por “Gato Francês”. As pessoas ficavam extasiadas com a beleza da magnífica pelagem. Num único dia a população londrina ficou rendida a esta raça que rapidamente se transformou na mais popular de todo o mundo. Os europeus do séc. XVI também tiveram a mesma reacção quando os primeiros gatos de pêlo comprido chegaram importados do Médio-Oriente, trazidos por comerciantes viajantes. Eram genericamente designados por “gatos asiáticos” e mais especificamente Persas (do Irão). Tal como hoje, na altura os proprietários encantavam-se pelo seu carácter dócil e pelo pêlo comprido.
Em retrospectiva podemos remontar os ancestrais do Persa pelo menos até ao Gato Pallas, um pequeno felino silvestre com corpo compacto e longa pelagem densa. Visto que este felino vivia numa zona relativamente isolada no Oriente-Médio, o gene recessivo para o pêlo comprido ficou fixo na população local de gatos. O clima agreste dessa região também favoreceu a selecção de gatos com pêlo comprido. O persa do século passado era muito diferente do gato de hoje. Era muito mais esbelto e o pêlo era mais fino e sedoso. O Persa da actualidade é fruto de uma selecção intensiva no sentido de obter gatos cada vez mais compactos, cabeça com perfil redondo e pêlo mais longo e espesso.
O PERSA DA ACTUALIDADE

Com o passar dos anos seleccionaram-se os exemplares com a cabeça mais arredondada, sem planos achatados, com queixo firme e pronunciado. O nariz deve ser o mais curto possível em relação ao crânio. As orelhas devem ser arredondadas e pequeninas. É muito apreciado um espaço entre os olhos (que devem ser redondos e grandes) para dar um ar de doçura ao aspecto geral. Os maxilares devem ser fortes, não se sobrepondo um em relação ao outro. O corpo deve ser compacto, com patas curtas e fortes. Admitem-se praticamente todas as cores, uniformes, bicolores, enfumaçados, tigrados, tartaruga e colourpoint. Numa ninhada de persas podem nascer gatinhos mais ou menos tipados. Ora, o que vem a ser isto? Um gato tipado está conforme o estalão resumido acima. O não tipado tem o focinho mais longo, as orelhas maiores ou pêlo menos denso e tem por isso um valor económico inferior. É possível pais bem tipados (campeões até) produzirem prole não tipada. Por isso ter o gato LOP não garante que você adquira um campeão de beleza. Acrescentamos que os gatos não tipados são mais saudáveis e mais fáceis de cuidar do que os tipados. As gatas persas atingem tardiamente a maturidade sexual e geralmente têm poucos cios por ano. As ninhadas são pouco numerosas (3 a 4 em média). Os gatinhos mais tipados podem ter dificuldade em nascer pela forma redonda da sua cabecinha. Podem também ter dificuldade em mamar, em virtude do focinho ser muito curto. A reprodução desta raça requer muitos cuidados e atenção. Não é raro nascerem de cesariana.
TEMPERAMENTO

Grande parte da popularidade do Persa advém do seu feitio dócil e aparentemente indolente. São animais muito vivos e curiosos durante a sua infância. Ficam substancialmente mais calmos a partir do ano de idade. São portadores de uma voz suave. Não apreciam muito o colo, ao contrário do que possa pensar. Toleram melhor mudanças de ambiente e viagens, do que os gatos de outras raças. Embora raro, poderão haver alguns exemplares tímidos ou agressivos.
CUIDADOS

O persa é de uma maneira geral um gato saudável e robusto. Não é particularmente voraz, mas tem alguma tendência a engordar. Os exemplares mais braquicéfalos (nariz mais curto) têm maior tendência a padecer de enfermidades respiratórias. Os gatos mais tipados lacrimejam muito em virtude do formato dos olhos (procidentes). Isso exige limpeza diária com soluto fisiológico, água morna ou soluto apropriado recomendado pelo veterinário. As orelhas tendem a acumular cerúmen. Se for o caso, quinzenalmente deve limpar os ouvidos com óleo de amêndoas, éter ou líquido apropriado para o efeito. É fundamental que ajude o seu gato na sua higiene diária. Não se esqueça que ele não consegue dar conta de tanto pêlo. As sessões de limpeza devem ser iniciadas em gatinho para que ele se habitue logo cedo. O animal tem de aprender cedo a aceitar isso como parte da sua rotina. Se for gentil para ele, ele vai permitir sem refilar. Se o gato tiver muitos nós, é preferível cortá-los com uma tesoura. Escovar nós é muito doloroso e é uma experiência traumática para o persa, que pode não colaborar na próxima sessão de escovagem... A escovadela diária é fundamental para manter o manto em boas condições. Assim evitamos a formação de nós no pêlo. Use um pente metálico de dentes largos (e escova não vai até à raiz do pêlo) e uma escova cardadeira para o acabamento final. O banho pode ser mensal. Não banhe o gato com nós, senão eles pioram após o banho. Use sempre um bom amaciador após o shampoo. Depois há que secar bem com secador e escovar BEM enquanto seca, evitando formar nós. Senão o pêlo embaraça todo quando secar. Verá que no fim vale bem a pena todo o esforço só para admirar essa linda bola de pêlo que é o Persa.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alguns Comportamentos Explicados


Os gatos são animais que cativam, independentemente de os donos os perceberem ou não. Mas existem comportamentos que deixam os donos verdadeiramente intrigados, como a marcação das visitas, lavar as patas depois de comer, ouvir música, entre outros.




- Marcar as visitas
Os gatos, dependendo da personalidade, reagem de formar diferentes às visitas. Os mais independentes refugiam-se, os mais sociáveis esfregam-se nas visitas e marcam-nas com as suas glândulas de cheiro.Este comportamento pode ser incomodativo para quem não gosta de gatos e o gato parece perceber quem não gosta e insistir em esfregar-se nessa pessoa. Ao contrário do que pode parecer, o gato insiste em esfregar-se nas pessoas que tentam limpar a sua marca. Geralmente são as pessoas que não gostam de gatos que correm em limpar os pêlos e a saliva. Para o gato, marcar as visitas com o seu cheiro é reclamar que elas lhe pertencem. Se há visitas que resistem, o gato vai ser particularmente insistente com elas.
- Lavar as patas depois de comer

Apesar de não utilizarem as patas para comer, parece que os gatos limpam-nas quando acabam a refeição. Na verdade, os gatos são animais que passam muito tempo a “lavar” o pêlo e apesar de serem animais muito ágeis há partes do corpo às quais não chegam. Por isso, depositam saliva nas patas e usam-nas como panos de limpeza para no focinho, orelhas, nariz, pescoço, zona à volta da boca, etc. Depois de comer, estas zonas ficam sujas de comida e o gato, como animal obcecado pela sua higiene pessoal, trata de imediatamente de se lavar. Apesar de parecer que o gato está a lavar as patas, ele está na realidade a lavar o focinho.
- Espasmos junto à janela

Os gatos parecem ter ataques quando estão à janela. Pequenas contracções dos músculos ou do focinho que surgem apesar de o gato estar bem de saúde. Esta situação acontece sobretudo com gatos que não costumam ir ao exterior. Na verdade, os gatos estão a reagir a algo que está do outro lado do vidro, um pássaro, uma folha a voar, uma pessoa a passar, entre outros. São os instintos de caçador do gato que entram em acção, mas o gato sabe que tem um vidro à frente e por isso acaba por os controlar, na maioria das vezes. Outras, a excitação é tanta que o gato acaba mesmo por avançar contra o vidro.
- Mudar repentinamente de acção

Observar um gato é um entretenimento sem fim. Uma das razões é o facto de, quando estão acordados, os gatos não pararem quietos. Correr de um lado para o outro, parar de repente como se nada tivesse acontecido só para voltar a correr novamente, deitarem-se de costas e levantarem-se de um pulo são só alguns exemplos. Este comportamento do gato são brincadeiras que simulam as técnicas de caça. Na verdade, os gatos estão a praticar não vá ser preciso algum dia caçar uma luz na parede, uma sombra no jardim ou o papel dos embrulhos de natal.
- Ouvir música

Os gatos reagem à música de forma muito particular. Por vezes miam, outras vezes acalmam-se. Os gatos ouvem melhor do que os humanos, embora não captem os sons mais graves. Os gatos ouvem os sons entre as frequências 30 Hertz e 65 Kilohert, enquanto que os humanos captam os sons entre 20 Hertz e 20 Kilohertz. Os gatos parecem relaxar ao som de violinos, mas estudos indicam que a música Rock pode-lhes perturbar o descanso. Cada gato tem os seus gostos musicais, mas existem CD’s especialmente compostos para eles.
- Acordar quando outros se deitam
Os gatos são animais crepusculares, desenhados para ver com pouca luz e para se camuflarem na noite. Apesar de poderem adaptar os seus hábitos aos dos humanos, os gatos são animais mais activos ao nascer e pôr-do-sol. Isto deve-se ao facto de a maior parte dos roedores, a principal fonte de alimento para os gatos, ser também crepuscular ou nocturna.