segunda-feira, 26 de outubro de 2009

História breve da vivência com a minha gatinha Doroteia!!!


A minha “gatinha” de seu nome Doroteia raça persa entrou na minha vida no dia 13 de Outubro de 1995, tinha então 3 meses e 5 dias. Foi um dia memorável em que iniciei toda uma aprendizagem de vida com um animal em casa, os cuidados a ter com a alimentação, higiene e saúde. Os utensílios a ter, a caixa das necessidades fisiológicas e a respectiva areia absorvente, a transportadora, a cama e respectiva manta, o pente, a tesoura, a pirâmide, e os brinquedos.
No dia que ela chegou foi tudo muito estranho, havia mais um ser em casa, sobre o qual eu desconhecia o comportamento. É claro que tinha sido minimamente instruída pela criadora previamente de que não era difícil ter a Doroteia, bastava ter a caixa sempre limpa, comida e água limpa, e escová-la diariamente, tudo o resto seria a própria gatinha a ensinar-me. De facto assim se tem confirmado pela vida fora.
O quanto é gratificante viver com ela tenho aprendido cada dia que passa, o amor incondicional que ela dá é difícil descrevê-lo, tentarei descrever algumas situações vividas ao longo destes anos tentando demonstrar e assim identificar sentimentos, experiências, preocupações, tristezas e alegrias.
Tinha a Doroteia nove meses, quando caiu de um quarto andar. Queda essa da qual sobreviveu sem partir nada, tendo ficado assustada e traumatizada psicologicamente, nessa altura o Médico Veterinário que a assistia apelidou-a de “gatinha pára-quedista”. Ao cair mordeu a língua na qual ficaram dois “furinhos” que lhe dificultavam a ingestão de alimentos, durante algum tempo foi alimentada com “Blédines” dos bebés e leite específico para ela que lhe ministrava com uma seringa. Deveu-se esta queda ao grande interesse da Doroteia por pássaros. A nossa vizinha do lado tinha imensos periquitos que cantavam imenso e isso claro aguçava-lhe a curiosidade, foi nessa tentativa de ir à varanda da vizinha que se deu a queda.
A primeira grande experiência que tive dela tentar dizer-me algo importante e eu não entender foi, mais ou menos três dias antes da minha mãe falecer, ela procurava consecutivamente encontrar os meus olhos colocando-se ao meu nível, emitia um miado longo com o olhar fixo em mim, apenas uma vez voltou a acontecer com muito menor intensidade, quando iniciámos as nossas idas à casa que herdei onde a minha mãe habitava e onde faleceu, até hoje não voltou a fazê-lo. Pode ter sido um aviso ou não, fica a dúvida, mas quem me dera tê-lo entendido, podia ter sido a diferença entre a vida e a morte... é algo que nunca saberei! Nessa altura o nosso apego aumentou de uma forma indescritível e natural, é que a Doroteia ao aperceber-se da minha dor e sofrimento procurava estar sempre por perto e fazer-me interagir com as brincadeiras dela ou simplesmente pedir “festinhas” às quais ela me brindava com o seu fabuloso “ronrom”. Segundo o meu marido o meu primeiro sorriso após o falecimento da minha mãe arrancou-mo a Doroteia sem qualquer dificuldade, ele não o tinha conseguido.
Tudo na minha vida passou a ser determinado pensando sempre na Doroteia, se vou de férias, de fim-de-semana, viagens (ou outra situação que não me ocorre agora), também tenho que pensar nela, se pode ir, se pode ficar em casa (isto no caso de serem um ou dois dias). Quando fomos à Holanda que foram 15 dias, e uma das idas a Espanha também por 8 dias, ficou em casa, foi uma prima minha que todos os dias lhe foi dar comida e água fresca, bem como limpar-lhe a “caixinha” e alguns mimos. Correu muito bem, mas quando voltámos estava muito aborrecida connosco, certo é que lhe passou rápido tal a alegria de nos ver. Viagens para a família e/ou amigos vai sempre connosco, adora viajar de carro, porta-se lindamente… Hoje em dia todos sabem que temos a Doroteia, quando nos convidam dizem-nos logo, tragam a Doroteia, é um membro da família.
A cumplicidade diária com a Doroteia é constante, ao fim destes anos entendo quase todos os seus miados se são a pedir comida, a pedir mimos, zangada, triste, a pedir brincadeira… são uma infinidade de maravilhosos sons. De manhã quando vou sair para o emprego especialmente a seguir a um fim de semana, a Doroteia coloca-se em pé junto à porta da rua a miar muito zangada por eu ter que ir embora, só a despisto após lhe dar algum brinquedo para que se ocupe e eu possa sair. Há algum tempo o Dono iniciou um trabalho que o obriga a estar afastado de casa quinze dias, as primeiras vezes que ele saiu, a Doroteia para além de miar “tristinha”, dormia junto à porta de entrada de casa, há hora que seria de o Dono chegar lá estava ela à porta e ia olhando para mim e para a porta como que a questionar, então o Dono não vem? Quando ela acha que são horas de ir para a cama, senta-se à porta do quarto a chamar-nos, se não vamos vai e vem do quarto à sala sempre a chamar-nos. Quando quer brincadeira (há sempre bolinhas saltitonas e outros brinquedos espalhados pela casa), lá vai ela buscá-los e coloca-os aos nossos pés, mia olhando para nós e com a patinha vai-nos fazendo interagir, quando se cansa de brincar esconde-os, mas não se esquece onde estão, se não lhe consegue chegar porque estejam debaixo de algum móvel inacessível fica lá a espreitar e a olhar para nós, como que a dizer, ajuda-me vai lá tirá-lo.
No inicio do ano de 2007 iniciaram-se alguns problemas com a saúde dela, um tumor mamário que a levou a uma grande cirurgia a 27.02.2007, foi-lhe retirada uma cadeia mamária o útero e os ovários, correu muito bem. Foi na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa com a Dra. Lisa e toda uma equipa fantástica, a cirurgia demorou 45 minutos, duas horas depois fui vê-la, é surpreendente a capacidade de sobrevivência e luta do meu animal, lá estava ela na sua “boxe” na sala de recobro (onde haviam outros animais, cada um na sua “boxe”), com o soro na pata direita, um colar (ou funil) à volta do pescoço e toda ligada desde as patas dianteiras até às traseiras, mas lá estava ela de pé agarrada às grades a miar para mim, como se me dissesse, leva-me para casa. Claro que ficou muito triste e eu também quando vim embora e a deixei lá, mas teve que ser. A recuperação correu muito bem, basta agora ser vigiada todos os meses em casa por palpação, e a cada 12 meses fazer exames de rotina. Pior é que no dia em que fomos saber o resultado das análises aos tecidos retirados, a Doroteia apanhou frio que resultou numa otite no ouvido interno que lhe provocava grandes desequilíbrios, em três semanas houveram visíveis melhoras, durou cerca de três meses, tendo levado injecções diariamente. A Dr.ª Maria João Fraqueza e todas as médicas da mesma clínica que a assistiram foram unânimes em afirmar que o processo iria ser demorado mas que iria ser curada. Assim foi. Não baixámos os braços à luta, eu e a Doroteia essencialmente, mas o Dono, que não está cá, telefonava diariamente a saber da “fofa”. Cuidei e cuidarei dela sempre com muito amor e dedicação, afinal tem sido uma amiga e companheira que espero continue a ser por mais algum tempo. Proporcionei-lhe e continuarei a proporcionar o melhor que sei e posso, a Doroteia merece tudo!!!
Tudo tem corrido bem com a saúde da Doroteia, estamos em Outubro de 2009, surgiu uma infecção urinária e bexiga acompanhada de inicio de insuficiência renal... andamos em recuperação, mais uma vez por uma fabulosa equipa de médicos na Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa...
A Doroteia continua a demonstrar ser uma LUTADORA!!!
A Doroteia foi, é, e será sempre uma grande alegria na nossa vida!!!
Posso afirmar por mim e pelo Dono. Ambos partilhamos os mesmos sentimentos pela nossa maravilhosa “gatinha”.

Muito haveria para contar sobre esta partilha de nossas vidas, ficará para uma próxima oportunidade…

Abençoado o dia em que a Doroteia entrou na minha vida!!!

NOTA: No topo, algumas das milhares de fotos que comprovam a sua beleza!!!

"Estalão"

Aspecto geral: tamanho médio a grande. Tipo brevilíneo, de corpo maciço. Os membros são curtos. A pelagem é muito comprida. Porte aristocrático, majestoso. Peso de 3,5kg a 7kg.

Cabeça: redonda, maciça, abobadada. Crânio muito largo e redondo. Testa arredondada. Bochechas redondas, cheias. Maçãs fortes e proeminentes. Nariz curto e largo, às vezes ligeiramente revirado. Break marcado entre os dois olhos. Focinho curto e largo. Queixo forte, cheio, bem desenvolvido. Mandíbulas largas e fortes.
Orelhas: Pequenas, arredondadas na ponta, muito espaçadas. Não muito abertas na base, bem peludas no interior.
Olhos: grandes, redondos, bem abertos, espaçados. A cor intensa e profunda corresponde à da pelagem (ouro a cobre para todas as cores; verde nos Chinchila, silver e golden; azul nos colour-point; odd eyed (um olho de cada cor) em alguns brancos), Normalmente, nessa raça a cor branca associada a presença de olhos azuis está geneticamente relacionada a problemas de audição no animal. Os gatos brancos com apenas um dos olhos azuis podem ser surdos de um ouvido apenas, enquanto que os espécimes com ambos os olhos azuis acabam não ter nenhuma audição.
Pescoço: curto, forte, bem musculoso.
Corpo: de médio a grande, maciço (cobby), potente. Gola larga, peito profundo; ombros e ancas de mesma largura. Dorso largo e curto. Abdómen curto. Ossatura curta e maciça. Musculatura firme e bem desenvolvida.
Patas: curtas, fortes, paralelas. Ossatura potente, musculatura bem desenvolvida. Pés largos, redondos, e fortes. Longos tufos de pêlos entre os dedos.
Cauda: curta, proporcional ao corpo, guarnecida de pêlos muito longos, formando penacho. Ela se mantém muito baixa. • Pelagem: pelagem de uma grande fineza com um pêlo e um sub pêlo alongados. Pelagem densa, sedosa e longa em todo o corpo (em média 10cm e até 20cm de colar).
Cores: a este gato é permitida uma vasta gama de cores, todas são reconhecidas, embora os mais comuns sejam os brancos.

Notas: Cruzamentos autorizados com Exotic Shorthair (Resulta em Persa de pêlo curto).

Temperamento e Curiosidades

Gato charmoso, afável, brincalhão e acima de tudo cativante, este felino de pêlo longo, denso, macio de uma beleza inigualável, tem conquistado admiradores em todo o mundo, satisfaz-se perfeitamente com uma vida em apartamento. Sociável, pacífico, nunca agressivo, carinhoso e muito afectuoso, manifesta um forte apego ao seu dono. Vive facilmente com os seus congéneres, cães e crianças. Em relação aos estranhos mostra-se mais distante. Para o seu equilíbrio, precisa de uma vida tranquila. Suporta a solidão. Os seus miados são raros e discretos. A maturidade é alcançada aos 2 anos de idade. A sua puberdade é tardia (por volta dos 12 meses). Baixa prolificidade e parto difícil. A predisposição às bolas de pêlo é relacionada com a natureza do seu pêlo. A higiene (escovação, penteado e banho) é uma obrigação não desprezível. O comprimento dos pêlos favorece a formação rápida de nós e de mechas. Portanto, é imprescindível desembaraçar a pelagem todos os dias. A muda ocorre na primavera e no verão. Uma cabeça larga e redonda, e uma face achatada fazem com que o gato tenha um comportamento específico para comer. O seu característico focinho achatado marca a diferença em relação às outras raças, que por regra têm o focinho bem mais afilado. Os olhos choram frequentemente, devem ser limpos regularmente.

A Raça mais célebre do Mundo História e Proveniência

A história dos gatos persas é bastante antiga, como o nome indica, com origem na antiga Pérsia (actual Irão), de lá foram importados os primeiros antepassados. Os gatos de pêlo comprido eram desconhecidos na Europa até ao século XVI. É no século XVII que Pietro della Valle, após inúmeras viagens ao Próximo e Médio Oriente menciona a existência de gatos de pêlo comprido nessas regiões acabando por trazer da província de Chorassan alguns dos referidos animais para Itália.

Mais tarde, Nicolas Fabri de Peiresec, conselheiro no Parlamento de Aix-em-Provence, trouxe gatos da Turquia para a França. Estes gatos foram muito apreciados pela aristocracia europeia. Luis XV possuía um Persa angorá branco. Na primeira metade do século XIX alguns “Persas” criados na Itália foram introduzidos na França e na Inglaterra tendo sido cruzados com “Persas” de origem turca. Os primeiros indivíduos foram expostos no Crystal Palace de Londres em 1871. Nesta época, foi organizado um programa de criação e de selecção pelos criadores britânicos. Foram realizados cruzamentos com gatos Angorá para melhorar a pelagem. Além disso, foi empreendido um trabalho sistemático para aumentar a gama de cores e de motivos resultando actualmente em mais de 200 variedades. Desta forma, o Persa smoke ou fumaça foi exposto em Brighton em 1872. O gato “Silver” foi o primeiro Persa Chinchila exposto em Londres em 1888. Os persas colour-point, chamados Himalaia nos Estados Unidos e considerados como uma raça à parte pela T.I.C.A. (The International Cat Association) e kmehr (ou kmer) na Alemanha, apareceram por volta de 1920. Os Persas tabby, surgidos há mais de um século, foram expostos em Paris em 1927 sob o nome de “tigrados”. Ainda no século XIX, os ingleses seleccionaram os gatos mais maciços e mais redondos. Nos Estados Unidos, por volta de 1930, os criadores obtiveram um tipo brevilíneo extremo, baptizado de “Peke Face” (cara de pequinês). O persa, é sem dúvida a raça mais célebre do mundo, participou provavelmente na criação do Gato Sagrado da Birmânia e do British Shorthair, sendo por isso vulgar encontrar um persa com outra denominação.