sábado, 29 de agosto de 2009

Gatos e crianças

A oportunidade de crescer com gatos dá às crianças lições inestimáveis sobre o amor, responsabilidade e respeito pelos animais. Contudo, para que isto se verifique é preciso que os donos mantenham sempre a criança e o gato sob supervisão.
Os gatos não são animais agressivos ou brutos e geralmente convivem bem com uma criança. Um gato equilibrado prefere afastar-se e recolher-se para o seu sítio seguro do que atacar. Habituar gatos a crianças e vice-versa não é uma tarefa complicada desde que use o senso comum e se mantenha alerta quando os dois estão juntos.
Novo gatinho e crianças pequenas
Crianças até aos 24 meses
Nesta altura não é aconselhável trazer um novo gato para casa. Isto porque no primeiro ano as crianças exigem muito trabalho e pouco tempo deixam para os pais para ensinarem ao novo gato as regras da casa e habituá-lo à nova família. Um novo gato vai exigir mais tempo do que um gato que já está acostumado a estar nessa casa. Pondere bem a situação antes de adoptar um gato pequeno quando tem um bebé em casa.
Entre os 12 e os 24 meses, as crianças começam a caminhar. São demasiado activas, brutas e descuidadas e ainda não sabem como lidar com um gato. Se o animal não estiver familiarizado com a criança, esta não é a altura ideal para o fazer.
Crianças a partir dos 24 meses
As crianças com 2 ou mais anos já começam a aprender regras e podem ser ensinadas a lidar com o gato. As crianças sem regras facilmente abusam do animal, puxando o rabo, as orelhas, abraçando, batendo e empurrando com demasiada força. Os gatos não gostam deste tipo de abusos e até o mais meigo pode responder bufando ou arranhando.
Com o tempo, as crianças começam a desenvolver laços com o gato e mostram-se geralmente interessadas em tudo o que lhe diz respeito: pedem para alimentar o gato, para o escovar, etc. Deve encorajar este tipo de interesse e manter todas estas tarefas supervisionadas. Não se esqueça que, embora deva encorajar responsabilidade nas crianças, estas nunca devem ser as principais guardiãs de qualquer animal. Só os pais têm maturidade suficiente para garantir o bem-estar de um animal.
Novo bebé e gato da casa
Não há necessidade de dar o gato só porque está à espera de um bebé. É perfeitamente possível viver com os dois em casa e manter a harmonia. A principal preocupação que deve ter em relação ao gato é manter algum tempo diário em que se concentre apenas na sua relação com ele: seja a brincar, a dar festas, escovar, etc. Lembre-se que para os animais é mais fácil habituarem-se gradualmente a passar menos tempo com o dono do que habituarem-se a uma nova casa. Estabeleça algum tempo para o gato e faça disso uma regra. Pode até aproveitar esse tempo para relaxar.
Os gatos adultos podem conviver pacificamente com bebés, desde que supervisionados. Um gato que já esteja habituado à casa prefere refugiar-se a entrar em confronto, isto mesmo quando o bebé começa a gatinhar e a aprender a andar. Contudo, a supervisão é requisito essencial. As crianças não devem ser deixadas sozinhas com qualquer animal.
Existem algumas coisas que pode fazer para habituar o gato à vinda do novo bebé:
- Impedir o gato de entrar no quarto onde vai ficar o bebé;
- Criar um pequeno espaço onde possa brincar com o gato sem o bebé por perto. Habitue o gato a estar consigo nesse espaço antes da chegada do bebé;
- Reduzir gradualmente o tempo disponível para o gato, para o preparar para a chegada do bebé
- Não deixar o gato aceder ao berço, mas permita que ele o explore, cheirando.
- Tente ter sempre meia hora do dia que possa dedicar completamente ao gato. Desta forma vai conseguir evitar com que o gato entre em stress e apresente comportamentos indesejáveis
- Sempre que o bebé esteja na presença do gato, recompense o gato, para que ele associe o bebé a aspectos positivos.

As Actividades do Gato

Os gatos passam mais de metade das suas vidas a dormir, mas o que fazem no resto do tempo? As actividades que desenvolvem são diversas e expressam bem os instintos aguçados deste felino.
Higiene
Os gatos são reputados por serem animais limpos. Os cuidados com o pêlo ocupam os gatos durante horas. Lambendo exaustivamente o pêlo, a língua dos gatos é áspera e adere bem a pêlos e sujidade, os gatos mantém-se limpos. A saliva é na verdade, um poderoso agente de limpeza. Devido ao cuidado extremo com a pelagem, os gatos formam bolas de pêlo no estômago que depois podem vomitar.
Em termos de limpeza com a eliminação de urina e fezes, é difícil ser mais asseado do que o gato. Para evitar que os predadores consigam descobrir o seu cheiro, os gatos não espalham as suas necessidades, antes concentram-nas todas num só local: a caixa de areia. Para além disso, também é comum o gato atirar areia ou substrato da caixa para cobrir as necessidades e disfarçar assim ainda melhor o seu cheiro.
Brincar
Os gatos são animais brincalhões, especialmente enquanto jovens. É a brincar que os gatos aprendem como caçar, lutar e conviver em harmonia com outros gatos. Geralmente estes felinos têm dificuldade em resistir a objectos pendurados que baloicem ou a caixas, sacos e cartões.
Lutas
Os gatos competem entre eles por território, fêmeas ou dominância.
Para intimidar o adversário e aparentarem ser maiores, os gatos arqueiam as costas e eriçam o pêlo, mostrando também os dentes e as unhas. Os gatos mais novos aprendem este comportamento enquanto brincam, por isso em alguns casos, não se está a iniciar uma luta, mas sim a aprender a lutar.
As lutas entre gatos geralmente não são tão violentas como as dos cães. Muitos gatos dão sinais de que estão dispostos a lutar, mas acabam por fugir. Os gatos lutam dando bofetadas no focinho uns dos outros ou mordendo. O perdedor raramente se põe numa situação de perigo de vida e opta por fugir com alguns arranhões e mordidas, sobretudo nas orelhas e focinho. Contudo, se não forem tratadas, estas podem infectar e levar a complicações mais sérias.
Reprodução
Na época do cio, os machos e as fêmeas alteram completamente os seus comportamentos. Os machos tornam-se mais agressivos e territoriais, marcando a casa e imediações com urina. As fêmeas vocalizam dia e, sobretudo, noite para captar a atenção dos machos.
Os machos lutam entre eles para conquistarem o direito de acasalar com a fêmea. A fêmea é geralmente relutante durante um certo período, mas acaba por aceitar o macho que se revelou mais forte. Depois do acasalamento, a fêmea lava o pêlo e só permite que haja repetições depois de completar a sua higiene. Se o macho se mostrar insistente, a fêmea pode responder com agressividade.
Arranhar
Os gatos têm garras retracteis que empunham quando necessitam. As garras precisam de manutenção, tal como as unhas de um humano. Os gatos arranham por dois motivos: para desgastar as garras, impedindo que cresçam demasiado e também para exercitar o músculo responsável pela exibição e ocultação das unhas.
Trepar
Os gatos não perderam o gosto pelas alturas que partilham com a maioria dos felinos selvagens. O instinto de trepar para locais altos é explicado de várias formas. Há quem defenda que se trata de obter uma posição estratégica para a observação do território. Outra teoria salienta que os locais altos são utilizados pelos felinos para se esconderem antes de um ataque e apanharem assim a presa desprevenida. E há ainda quem diga que, por funcionar como esconderijo, os locais altos dão aos gatos uma sensação de segurança.
Conviver
Os gatos convivem pacificamente com os humanos, devido aos milhares de anos de companheirismo. Apesar da opinião pública considerar que os gatos são todos iguais, a verdade é que estes felinos têm personalidades diversas, alguns muito dependentes dos donos, outros mais ariscos. Conforme o temperamento de cada indivíduo, os gatos gostam de ser acariciados e dormitar no colo dos donos.
Os gatos não são animais de “matilha” como os cães. São animais solitários, que caçam para si, ou no caso das fêmeas, também para as crias. Podem contudo viver inseridos em colónias ou habitar a mesma casa com outros gatos, cães, etc. Mas devido ao seu territorialismo, cada gato estabelece o seu espaço deixando zonas neutrais de coabitação.