Passados três anos e meio da remoção de uma cadeia mamária, surgem as primeiras complicações, durante alguns meses a esperança... mas nos últimos dez dias de vida da minha
gatinha a nossa grande amiga Sílvia que é médica veterinária veio diariamente a
nossa casa, nada podia fazer pela Doroteia e a mim começou a preparar-me no
sentido de que a minha gatinha não iria adormecer sozinha. Foram dias terríveis
de uma dor e um sentido de impotência inexplicável, fiz tudo o que pude pela
minha fofinha, mas o meu tudo não foi bastante para a salvar. Ao fim de alguns
dias o sofrimento da minha gatinha piorou muito na última tarde, noite e madrugada
passou a ser atroz. Sabia que a hora final tinha chegado o meu amor pelo meu
animal estava a ser posto de novo à prova, ou a desrespeitava e continuava a
deixá-la sofrer ou tinha o último acto do meu grande amor por ela. No meu
imenso turbilhão de sentimentos telefonei à minha amiga Sílvia, ela veio logo
que pode, neste espaço de tempo despedi-me mais uma vez da minha gatinha,
pedindo-lhe perdão por nada mais poder fazer por ela do que ajudá-la a partir
para o derradeiro e eterno soninho. Adormeceu no meu colo, com todo o amor que
se possa imaginar, no nosso canto onde juntas tantas sonecas dormimos, na nossa
casa onde sempre procurei dar-lhe o melhor da vida. Foi no dia 28 de Julho de
2010 às 8:30h. A minha amada Doroteia viveu 15 anos e 20 dias. A eutanásia é
permitida e muito aconselhada em animais para casos como o da Doroteia e outros
de comparada gravidade. O que estou a sofrer com esta perda é indescritível!
A
Doroteia foi uma dádiva e uma bênção de Deus nas nossas vidas! Posso afirmar
por mim e pelo meu marido, ambos partilhamos os mesmos sentimentos pela nossa amada
“gatinha”, a alegria dos 15 anos e 20 dias de uma fabulosa vivência e a imensa
dor da perda física, porque nos nossos corações viverá por toda a eternidade!
Deixou uma imensa pegada jamais esquecida!
O tempo passa a saudade aumenta a cada dia!